Ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não
Magoa, que se limita à alma; mas que não deixa,
Por isso, de deixar alguns sinais – um peso
Nos olhos, no lugar da tua imagem, e
Um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes
Tivessem roubado o tacto. São estas as formas
Do amor, podia dizer-te; e acrescentar que
As coisas simples também podem ser complicadas,
Quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém,
É o sonho que me traz a tua memória; e a
Realidade aproxima-me de ti, agora que
Os dias correm mais depressa, e as palavras
Ficam presas numa refracção de instantes,
Quando a tua voz me chama de dentro de
Mim – e me faz responder-te uma coisa simples,
Como dizer que a tua ausência me dói.
in Pedro lembrando Inês, por Nuno Júdice
3 comments:
Nuno Júdice, sempre grande.
:))
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Já sabes o q penso, absolutamente liiindo...
bem, o poema é fantástico!!
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